quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Decifrando Economia - Commodity

Considerando que o "tecniquês" econômico é muitas vezes incompreensível aos 'não-economistas' (e atendendo a pedidos) decidi iniciar essa nova série: Decifrando Economia.

Comecemos pela expressão commodity (pl. - commodities), expressão da língua inglesa que surge diariamente no noticiário ecomico. Segundo o thefreedictionary.com a expressão se tornou obsoleta para determinar uma determinada quantidade de bens, passando a denominar algo útil que possa ser convertido em vantagem comercial ou de outro tipo.



Sendo mais específico, commodity é um bem que tenha valor comercial globalmente aceito e seja considerado uniforme. Os exemplos de bens que podem ser considerados commodities são bem amplos e vão desde produtos agícos (café,é, algodão, soja) e ambientais (água, créditos de carbono), a financeiros (como o dólar, euro e iene).

As commodies financeiras não são tão amplas na verdade, o dólar pode ser considerado o único que realmente tem valor global reconhecido dado sua estabilidade (hoje um tanto questionada), embora euro e iene tenham seus valores reconhecidos regionalmente, Europa e Ásia, respectivamente.

Além disso, as commodities físicas (ou não-financeiras) são normalmente bens em estado natural ou com baixo processamento, que podem ser transportados e transformados em uma gama de produtos industriais (ou mais processados). Este é o caso, por exemplo, da soja, do café, do petróleo, que são exportados crus e são beneficiados ou refinados, no caso do petróleo, fora do país.

Esses bens são comercializados em bolsas de valores em todo o mundo e seus preços dependem fortemente do mercado internacional. No gráfico interativo abaixo um exemplo da cotação do petróleo. Nas opções abaixo do gráfico há a possibilidade de se ver o histórico do último mês, trimestre, ano ou 5 anos. Em todos os períodos é possível verificar que não há uma tendência para os preços, sendo o histórico mensal o mais claro nesse sentido.





A volatidade dos preços deixa claro que as commodities não representam segurança de longo prazo. Aliás, o próprio sistema de derivativos (responsável em parte pela crise atual) foi criada para que os investidores se protegessem da imprevisibilidade desse mercado.

Um último ponto a ser levantado, especificamente em relação ao Brasil, é que nossas principais commodities (carne bovina e soja) têm uma característica ainda mais perigosa, são produtos com baixa elasticidade em relação à renda e ao preço (palavra para um próximo post, que nesse caso tem o sentido de "prioridade"), o que significa que quando o mundo inteiro ganha mais dinheiro não compram mais carne ou soja proporcionalmente a esse ganho. O problema está no caminho contrário: uma vez que a renda mundial caia, esses produtos são aqueles que o mercado internacional se privará com mais facilidade de consumir.

É dispensável dizer o quão perigoso e prejudicial é, então, para um país basear sua economia no mercado externo em detrimento do interno, já que o último é "controlável" por nossas políticas econômicas e o primeiro está longe de ser sequer controlável.

2 comentários:

Unknown disse...

Bacana o texto, Régis...
mas acho que ficou meio acadêmico, pensei que você ia usar uma linguagem mais informal pra "desmistificar" o palavrão econômico como algo mais próximo.

ah! cadê o gráfico? não apareceu nem no chrome, nem no firefox...=(
como é um gráfico interativo? hehehe fiquei curiosa....

Unknown disse...

Axei mt boa essa idéia da monique...
É bom aprender oq significão esses "palavrões" q a gnt escuta td dia e n sabe oq é! hahaha

Bju, te amo.