quarta-feira, 14 de outubro de 2009

2009 - O ano da recuperação

A crise que abalou o mercado mundial em meados do ano passado parece, enfim, espraiar. A maioria dos países desenvolvidos ainda patinam na retomada do crescimento e o Brasil parece ter se saído bem quando comparado aos demais, subdesenvolvidos ou não.

Ao contrário do que nos foi dito de início, a crise aqui não foi apenas uma marolinha. A produção nacional caiu fortemente durante todo o último trimestre de 2008 e primeiro semestre deste ano, tendo o PIB apresentado ligeiro recuo por dois trimestres seguidos. Diversas empresas fecharam linhas de produção e exploração, desempregos setoriais e programas de férias coletivas foram observados, além da queda de arrecadação com impostos - reflexo da desaceleração econômica. Contudo, o impacto poderia ser bem maior. O fundo do poço, afinal, não era tão fundo assim.

Os grandes responsáveis pelo efeito amortecedor foram os agentes de políticas, principalmente federais, que souberam utilizar as ferramentas disponíveis para contornar o mal momento econômico. O estímulo ao crédito, a redução/anulação de Imposto sobre Produtos Industializados (IPI) - sobretudo de automóveis - e a considerável queda da taxa básica de juros (Selic) foram decisivos nesse sentido. As condições da economia nacional também ajudaram, possibilitando que o mercado interno absorvesse o choque da demanda internacional sem inundar o mercado de produtos que levassem a deflação, por exemplo.

Este ano vem representando o expurgo dos males da crise. Agora, passado o pior, é hora de focar na manutenção da estabilidade, evitando a inflação que se espera quando a economia mundial voltar a todo vapor. O mercado acompanha agora a possibilidade da saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central (BC) para concorrer nas eleições de 2010 e as indicações do Comitê de Política Monetária (Copom) para os futuros níveis da Selic, além da corrida presidencial, preocupados com possíveis guinadas no futuro econômico.

Segundo matéria do Portal Exame, de 14 instituições financeiras, entre corretoras e bancos, 12 acreditam que a taxa de juros subirá apenas no ano que vem. Entre os motivos apontados para tal expectativa está a tendência de que a meta de inflação deste ano será alcançada, o dólar barato - que mantem os preços contidos - e a possibilidade de que, com o ano eleitoral, os gastos do governo subam em 2010 ameaçando a inflação a partir do segundo semestre.

É preciso que, independente de quem comande o BC ou a presidência daqui pra frente, as políticas fiscais e monetárias seguidas na última década sejam mantidas, uma vez que são grandes responsáveis pela estabilidade econômica do período e pelo reconhecimento do Brasil internacionalmente como um país comprometido com a austeridade e com potencial de desenvolvimento nos próximos anos.

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