domingo, 20 de dezembro de 2009

Who’s the man?

Minha primeira eleição para presidente foi a de 2006, onde Lula foi reeleito. Eu não votei nele no primeiro turno e anulei meu voto no segundo. Isso porque não gosto do Lula. Ele é populista e toma posições dúbias quando se trata de seus camaradas; eu odeio esse "jogue o jogo" político, todo o cinismo e falsidade que cerca o cenário nacional, e pra mim ele é adepto desse tipo de comportamento. Além disso, muitas políticas do governo são incompletas e não têm objetivos de longo prazo. A educação básica é desprezada em prol da técnica/superior - pelo retorno mais rápido, penso eu. Ao contrário do presidente eu não acredito que políticas como ProUni, cotas raciais e Bolsa Família são soluções para as distorções sociais brasileiras. Como são feitas hoje, elas são paliativas. Mas o que me fez escrever hoje não foram as políticas do governo e sim o presidente em si.


Nesse último mandato Lula conseguiu estreitar as relações de Brasil e França, solidificou a imagem do país como líder na América do Sul, líder na pesquisa de combustível de fontes renováveis (apesar de apostar ainda no petróleo) e firmou a posição de economia forte do MERCOSUL. Houve com certeza situações embaraçosas diplomaticamente, a tomada - com uso de exército - de propriedades da Petrobrás na Bolívia e o recente abrigo a Zelaya na embaixada brasileira na Nicarágua. Mas nada disso foi capaz de manchar a imagem internacional do presidente.

O ano de 2009 e Copenhagen foram decisivos para consolidar a imagem de Lula. Em outubro o presidente e sua delegação voltaram da Dinamarca com a nomeação do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. Os Estados Unidos eram os únicos que ainda pareciam estar na corrida, o próprio Obama foi até lá para defender Chicago, sua terra natal, e não obteve sucesso, Lula sim.

Agora Lula volta novamente de Copenhagen vitorioso em relação a Obama. O presidente dos EUA era esperado para salvar o encontro depois de vários dias de indecisão e não obteve sucesso. Não se viu nem a sombra do sujeito carismático e inspirador que venceu as últimas eleições americanas e se tornou o primeiro homem negro a gerir a Casa Branca. A presença do presidente americano foi inócua na COP-15.

A reunião sobre o clima em Copenhagen não alcançou seu objetivo: um acordo mundial quanto às reduções de emissões dos gases acentuadores do efeito estufa (algo que eu já esperava, inclusive). O atual modelo de produção e o jogo de interesses entre os países, novamente divididos em pobres e ricos, não permite que um acordo desse tipo seja feito da noite para o dia - e há quem diga que seja impossível até que os recursos estejam realmente escassos.


Copenhagen serviu ao menos para uma coisa: mostrar o poder de Lula. Porque, apesar de todos os defeitos de seu governo, tenho que aceitar o fato de que o presidente tem se mostrado um grande chefe de Estado. Não se poderia dizer outra coisa de alguém que foi aplaudido quatro vezes durante seu discurso.
Durante uma reunião do G20 em abril, Obama disse que Lula era 'O cara' ("That's my man"). Nas palavras dele: "The most popular politician on Earth". Parece que Obama não estava de todo errado. Apesar de tudo, Lula é hoje um líder de renome mundial.

1 comentários:

Unknown disse...

Meu deus!!!
Algo parecido com um elogio ao lula?????????????
N acredito que li isso por aqui!!! hahah